Amazônia é nossa? É ela o "pulmão" do mundo?

Na aula de revisão de hoje, falaremos da Amazônia.
Vamos revisar alguns pontos principais, desfazendo alguns equívocos comuns:
1) SOMOS DONOS DA AMAZÔNIA, E PODEMOS FAZER O QUE BEM ENTENDERMOS COM ELA.
Ehr... Primeiro, nós não somos donos da Amazônia.
Sim, boa parte da Floresta Amazônica fica de fato em nosso território, mas não é como se ela fosse nossa para fazermos o que bem entendermos.
Temos uma responsabilidade compartilhada com nossos países vizinhos. Responsabilidade esta que deveria ser levada muito a sério.
Principalmente porque o desmatamento não gera somente impactos locais. As consequências ambientais reverberam no restante do país e do mundo.


2) A AMAZÔNIA É O PULMÃO DO MUNDO, POR ISSO, DEVERÍAMOS COBRAR PELO OXIGÊNIO PRODUZIDO POR ELA.
Este tipo de notícia proliferou e muito durante o início da década passada, mas ela é equivocada.
Sim, a Amazônia produz muito O2, mas é preciso lembrar que como todo ser vivo, as plantas também respiram. Desta forma, elas acabam consumindo grande parte do Oxigênio que produzem.
As estimativas variam, mas florestas são responsáveis por cerca de 25% do O2 mundial. E veja, florestas, no plural, o que quer dizer que a contribuição amazônica é ainda menor. Cerca de 55% do O2 vem da onde? Isto mesmo, do mar. Fitoplâncton, algas marinhas, de um modo geral. Elas acabam produzindo mais O2 do que são capazes de consumir e é de boa parte desse excedente que vivemos.
Ainda que fizesse sentido capitalizar em cima da nossa diminuta contribuição, como fazê-lo ao mesmo tempo que se desmata?
Ah, mas se a Amazônia não é o "Pulmão do mundo", podemos desmatar à vontade. Não é bem assim, há inúmeras razões pelas quais se preservar este ecossistema, que vão desde preservação das espécies endêmicas, preservação das culturas ameríndias... Até evitar um agravamento nas mudanças climáticas provocadas pelo Aquecimento Global.


Enfim, esta foi a revisão de hoje, onde desmistificamos dois mitos muito populares sobre a Amazônia.
Bons estudos!


Prof. Fernando J. Guilger

(Postagem publicada originalmente em 29/07/2019)

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